[MarcelllãO - MSB] Recordando a Liturgia do último domingo

HISTÓRIA DA SALVAÇÃO

 (075)-IDENTIDADE PESSOAL

               (3º Domingo do Advento – B)

«Eu sou a voz de quem brada no deserto : Endireitai os caminhos do Senhor».

Existe em cada um de nós um traço de identidade comum a todos :

«Todos damos a voz a Cristo que Deus envia para salvar a humanidade».

No mais profundo de cada um de nós nessa interioridade cujo mistério só Deus conhece, Ele deixou uma marca do Filho, para que, na hora que só o seu desígnio conheceu, pudéssemos preparar-lhe o caminho.

Assim, o caminho da Incarnação de Jesus passa pelo nosso coração e o grito que o anuncia brota da nossa vida.

Na verdade, todo o humano, quanto mais humano for, mais deixa evidenciar a marca divina de que é portador.

Desta forma cada pessoa é um Advento de Deus para este mundo

Os Cristãos, porém, como são ungidos com o Espírito de Deus no Batismo,  assumem como programa de vida, retomar no seu tempo e para os seus contemporâneos as três tarefas que caracterizam a identidade de Jesus :

* Congregar na unidade os que andam em busca de sentido para a vida.

* Anunciar a Palavra que ilumina a existência e decifra os enigmas da história.

* Santificar pelos sinais sacramentais a humanidade e a teia do quotidiano.

Esta identidade constitui o segredo último da nossa vida, de tal modo que João Batista pode afirmar :

-«Está no meio de vós Aquele que não conheceis».(Jo.1,26).

E não o conhecemos porque andamos divorciados da nossa pessoa, alheios à nossa identidade pessoal.

Está no meio de nós, porque habita no mais íntimo do nosso ser e apenas espera que despertemos para o proclamar gritando a alegria profunda dessa esperança.

*É certo que nos temos de confrontar com um ateísmo humanista militante.

*É certo que a instituição eclesial é olhada com desconfiança e até desprezo pela comunicação social.

*É certo que também alguns membros da Igreja não são acolhedores e exemplares.

Mas apesar de tudo isso,  a realidade é muito mais rica e diversificada do que aquilo que  os "clichés" habituais deixam supor.

Jesus Cristo também teve de se confrontar com esta realidade, no inquérito que fez aos Doze, acerca da Sua identidade.

O Jesus de Nazaré é classificado entre as personalidades religiosas tradicionais.

Naquela altura ainda não identificavam o que Ele tinha de excepcional e único.

Foi a pouco e pouco que neles se foi consolidando o pressentimento de que estavam perante Alguém que rompia com todos esses "clichés" porque era portador  de recursos divinos inéditos e inauditos.

Também hoje, no interior duma realidade que muitos retratam de maneira predominantemente negativa, desinteressante, aniquilosada, arcaizante, surgem testemunhos irradiantes de aproximação interessada, de acolhimento intusiasta, de adesão generosa, de criatividade inesperada, de alegria contagiante, de aprofundamento sério, de rejuvenescimento esperançoso e de desocberta cristã.

Pela nossa identidade pessoal, aquela que recebemos no nosso Baptismo e nos configura com Cristo, é nosso dever proclamar por todos os meios justos e honestos o que significa mais um Advento e as interpelações que ele nos traz em ordem à nossa vida e ao apostolado que devemos fazer no nosso meio ambiente, de modo que todos reconheçam a nossa identidade pessoal como cristãos, e se disponham a aceitar a mensagem de salvação que Cristo nos vem trazer para que todos possam fazer parte do Plano da História da Salvação.

John Nascimento