Tudo de bom,
Bruno Velasco.
De: John A. Nascimento
Enviada em: 09/04/2014 19:43
Para: ;
Assunto: LITURGIA DA PALAVRA - DOMINGO DE RAMOS NA PAIXÃO DO SENHOR - A Som !
É de aconselhar que se leia primeiro toda a Liturgia da Palavra.
DOMINGO DE RAMOS
NA PAIXÃO DO SENHOR - ANO A !
A Liturgia da Palavra deste Domingo de Ramos na Paixão do Senhor – A, é toda referente a Cristo triunfante ao encontro da morte com a liberdade de Filho.
As duas primeiras Leituras são comuns para os três Ciclos A, B e C.
A Liturgia deste domingo, portanto, reveste-se de dois aspectos, aparentemente contraditórios.
Fala-nos de triunfo e de glória para, logo a seguir nos apresentar a leitura da Paixão, que neste ano é segundo S. Mateus.
Apresenta-nos, portanto, a figura de Jesus no seu aspecto de Rei messiânico e ao mesmo tempo de «Servo do Senhor».
A entrada triunfal conduz à Paixão, mas a Paixão só é plenamente compreendida por aquele que reconhece o carácter messiânico de Jesus Cristo.
A morte é apenas um aspecto do Mistério total da Páscoa.
Jesus caminha para a morte, voluntariamente, numa liberdade total, em amorosa entrega pelos homens.
Ao aceitar o entusiasmo da multidão, que bem depressa se mostrará desiludida com o Messianismo de Jesus, o Senhor quer mostrar a liberdade perfeita com que o «Servo Sofredor» vai realizar a Sua missão redentora.
A 1ª Leitura, do Livro do profeta Isaías apresenta-nos o «Servo de Deus» que se oferece como vítima pelos homens seus irmãos.
- "Apresentei as costas àqueles que me batiam e as faces aos que me arrancavam a barba, e não furtei o rosto aos insultos e aos escarros".(1ª Leitura).
Entregando-Se confiadamente à Vontade do Pai, seguro de que Ele O assistirá, não hesita em cumprir a Sua missão, que O levará à morte.
Na Sua humilhação, Deus far-Lhe-á conhecer a exaltação ainda que se possa sentir, por momentos, abandonado pelo Pai, como proclama o Salmo Responsorial :
- "Meu Deus, Meu Deus, porque Me abandonastes" ?
Na 2ª Leitura, S. Paulo diz aos Filipenses, e hoje também a todos os homens, que Jesus se fez um de nós, sujeitando-se às contingências da natureza humana, em obediência ao Pai, para nos poder salvar.
- "Assumindo a condição de servo, tornou-Se semelhante aos homens. Aparecendo como homem, humilhou-Se ainda mais, obedecendo até a morte, e morte de cruz".(2ª Leitura).
No aniquilamento da morte começa, porém, a Sua elevação à glória.
A narração da Paixão é segundo S. Mateus.
S. Mateus dirige-se não a descrentes em busca da Fé, como S. Marcos, mas a cristãos de origem judaica, perfeitos conhecedores do Antigo Testamento.
Por isso, lembrando os salmos e os profetas, o Evangelista mostra como a Paixão de Jesus é a realização de tudo quanto, na longa preparação da vinda do Messias, fora anunciado.
Mas a Paixão marca também o fim da Antiga Aliança.
Ao antigo povo eleito, obstinado em não reconhecer a divindade de Jesus, sucede-se o Novo Povo de Deus.
Despojando-se de tudo o que lhe pertence por conquista ou pelo trabalho, o homem reconhece que tudo pertence a Deus e lho "restitui" em agradecimento.
E quando uma parte do que foi sacrificado é comida pelos ofertantes, então estabelece-se uma comunhão simbólica entre Deus e os comensais, uma participação da mesma vida.
Na Bíblia, as tradições sacerdotais dão-nos a conhecer uma legislação complexa, que poderia facilmente assumir um valor autónomo e, portanto, formalista, esquecendo o significado da acção cultural em relação à salvação integral do homem.
Os profetas lembram frequentemente que Deus só aceita as ofertas e os sacrifícios se forem acompanhados de uma atitude interior de humildade, de uma oferta espiritual de si mesmo, de reconhecimento da própria e radical pobreza e da necessidade de uma libertação que nós sozinhos não poderemos obter, mas podemos invocar e esperar de Deus.
A pobreza é, pois, o sacrifício espiritual, isto é, a realidade profunda de toda a oferta e imolação de animais e de coisas em honra de Deus.
Esta é a atitude dos "pobres de Javé", e especialmente do "Servo de Javé"; este, tanto no sentido individual como no corporativo.
Enviado para salvar o seu povo (a humanidade), é obrigado a suportar perseguições e ultrages; aceita-os, entretanto, com paciência e mansidão, sabendo que Deus o salvará.
Cumpre a sua missão oferecendo-se a si mesmo como vítima inocente, para expiar os pecados do povo.
Pela sua obediência e pelo seu amor, Deus o exaltará e glorificará; e, com os irmãos salvos, ele louvará o Senhor num sacrifício (banquete) de acção de graças aberto a todos.
Graças ao sacrifício de Jesus, todos os homens podem agora aproximar-se de Deus e penetrar no plano da História da Salvação.
Diz-nos o Catecismo da Igreja Católica :
559. – Como vai Jerusalém acolher o seu Messias ? Embora tenha sempre evitado as tentativas populares de O fazerem Rei, Jesus
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