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Será que podemos aprender alguma coisa com esse movimento humanista?

Projeto incentiva pessoas que não se conhecem a se ajudarem

Enviado por: "Carlos R. S. Moreira Beto" carlos.moreira.beto@gmail.com   betomlc

Seg, 30 de Dez de 2013 12:06 pm



http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2013/12/projeto-incentiva-pessoas-que-nao-se-conhecem-se-ajudarem.html

Projeto incentiva pessoas que não se conhecem a se ajudarem

A atriz Renata Quintella resolveu ir para as ruas ajudar as pessoas
espontaneamente. Ação foi parar na internet, ganhou o nome "A Nossa
Jornada", e já chegou a 24 cidades, em três países.

Essa época do ano é a época das promessas que a gente quase nunca
cumpre: de parar de fumar, de emagrecer, de ter mais tempo pra
família... Mas que tal firmar um propósito diferente para 2014? Ter
mais generosidade e mais gratidão pelo que a vida nos dá. Há quem
garanta: está aí a receita para ser mais feliz.

Como você reage se alguém na rua vem te dar um presente?

Renata Quintella: Posso te dar uma flor?
Aline Izabel Barranco, médica: Por quê? Mas o que eu preciso te dar em troca?
Dafne Pezzuol, dentista: De presente assim?

E se, ao chegar ao caixa da lanchonete, você descobrir que seu pedido
já está pago?

A onda de generosidade acontece diariamente há cerca de um ano em um
drive-thru nos Estados Unidos. Pessoas começaram a deixar o lanche
pago para alguém que elas só viram de relance, pelo retrovisor.

Em português, "pay it forward" significa passar adiante. E é o título
original do filme "Corrente do bem", em que um menino cria uma espécie
de pirâmide para ajudar as pessoas.

A ideia logo se espalhou. Conquistou também os frequentadores de
outra loja americana.

Mas o que faz alguém ajudar um estranho?

"Fazer feliz alguém que nem conhecemos é um presente até maior. Alguém
anônimo, dar um presente para alguém que nunca vamos ver. Porque tanta
gente que nunca vamos conhecer, de quem nunca vamos saber o nome,
estão fazendo coisas maravilhosas por nós", comenta David
Steindl-Rast, monge.

O monge beneditino diz que agradecer pelo que a vida traz é o segredo
para ser feliz: "Tem gente que tem tudo e não é feliz porque não é
grato, mas qualquer momento é um presente da vida. Qualquer momento é
aquele grande dom pelo qual podemos ser agradecidos. Não é apenas algo
momentâneo, mas uma atitude contínua de viver em gratidão", declara
David Steindl-Rast.

A satisfação é visível. Para quem dá e para quem recebe: "Um pouco de
gentileza. O mundo é tão egoísta que, em contrapartida, é divertido
que coisas como esta aconteçam", comenta um homem.

Todo mundo precisa de alguma coisa. Um emprego, bens materiais,
carinho. No Brasil há pessoas dedicadas a atender a esses pedidos. São
pequenos gestos que podem mudar a vida de alguém.

Renata é atriz e diretora artística. Há seis meses saiu às ruas pra
fazer o que mais gosta: ajudar.

A ação das ruas foi parar na internet, e o projeto ficou conhecido
como "A Nossa Jornada". Organizou nas redes sociais uma forma de fazer
a ajuda espontânea chegar a quem precisa.

"A gente vai criando essa rede de generosidade que não tem fim. A
gente já chegou em 24 cidades, em três países. Isso com a força mesmo
de pessoas ajudando pessoas", ressalta a atriz Renata Quintella,
fundadora do projeto "A Nossa Jornada".

O casal Carlos e Janaína entrou em contato com Renata por e-mail. Ele,
motoboy, ela, afastada do trabalho por problemas de saúde. O pedido:
um carrinho de churrasco grego, que chegou novinho em folha comprado
com a ajuda de doações e a colaboração do fabricante.

"Acho que umas seis pessoas se uniram para ajudar essa família. E
ninguém se conhece, isso que é o mais mágico, essa inspiração", diz
Renata.

"Da hora, muito bonita. Agora tem que botar para trabalhar, né", diz
Carlos Vieira, motoboy.

"Eu vou dar uma caprichada na hora de temperar essa carne", afirma
Janaína Vieira, desempregada.

Outro caso marcante para Renata foi o da Elaine, de Brasília, que
precisava fazer um exame médico em Campinas. "Em menos de duas horas,
a gente conseguiu uma passagem para ir para Campinas fazer o exame. A
Elena doou as milhas para ela conseguir essa passagem, a Cristiane foi
buscá-la no aeroporto para levar pra fazer o exame. E ninguém conhece
ninguém", conta Elaine.

Na rua, as pessoas se surpreendem: "Eu senti medo, para mim eu ia ser
roubado", diz um homem.

"Ainda mais aqui na correria, você está passando, indo, vindo, as
pessoas não olham na tua cara. Você não espera que uma pessoa vai te
abordar na rua e te dar uma flor, só porque simplesmente ela quer
fazer o teu dia melhor", comenta a médica Aline Izabel Barranco.

Para o monge, parar é o primeiro passo: "Se ficarmos só correndo
apressados, vamos desperdiçar o maior presente de todos: a
oportunidade que o momento presente nos oferece".

São três os passos a seguir. "Nós temos que parar, e olhar; abrir
nossos corações para o que o presente momento tem a oferecer; e então
fazer alguma coisa. Passe adiante", ensina o monge.

Pegar a vassoura para aliviar o trabalho de alguém, começar uma
conversa e descobrir um sonho. "Eu gosto de trabalhar em cozinha, eu
quero ir para uma lanchonete", diz uma mulher.

"Você quer que eu te arrume emprego em uma lanchonete? Não prometo que
eu consigo, mas eu posso tentar", declara Renata.

Outra mulher só não queria passar o aniversário de 27 anos sozinha.
"Eu estou em um dia... Hoje é meu aniversário, meu marido está
viajando, não consigo mais falar com ele. Eu estou afastada do
trabalho, gravidez de risco. Está tudo dando errado, de verdade", diz.

"A gente pode te dar um bolo e cantar parabéns?", pergunta Renata.

"Eu encontrei um povo doido que me viu chorando e me perguntou o que
eles poderiam fazer por mim e eles vão me dar uma festa de
aniversário", conta Renata Ribeiro Aguiar, 27 anos.

"Esse é o ato mais generoso. Eu estou aqui para você. Eu valorizo
você. Você é um grande presente para mim. E isso faz do mundo um lugar
mais generoso e, portanto, mais agradecido e, consequentemente, mais
feliz", diz o monge.

"Eu sou muito agradecida pelas pessoas que me ajudam, pelas que me
pedem ajuda. Eu agradeço pela oportunidade de poder ajudá-las. Porque
assim eu me sinto também uma pessoa melhor. Tudo o que a gente faz
pelas pessoas, tudo o que a gente faz pelo universo, volta para a
gente" explica Renata.

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