Liberdade para Ministrar
Pr. Marcelo E. C. Dias
Professor do SALT/UNASP
Doutorando (PhD) em Missiologia pela Universidade Andrews
mecdias@hotmail.com
No mandado de Deus para o homem (ver comentário da lição 2), Ele espera que o ser humano use sua capacidade para interagir com Ele, inclusive na missão. Uma das grandes dificuldades, próprias do mundo em pecado, é evitar as deturpações desse relacionamento. De um lado, está a tendência de apresentar a missão como um processo unicamente dependente dos esforços humanos. Do outro lado, a tendência é retratar a missão como um processo praticamente sem o engajamento humano.
Essa relação tem provado ser especificamente delicada em relação à organização, planejamento e liderança da missão. Daí a relevância deste estudo reconhecendo a total harmonia entre o ser humano e o Ser divino em todas as etapas da missão, para que o corpo de Cristo tenha verdadeira liberdade para ministrar. O objetivo do estudo desta semana é entender como a estrutura da missão influencia os membros da igreja a descobrir maneiras práticas de traduzir a teoria do testemunho em um compromisso pessoal de testemunhar ativamente.
I. Organização Missionária
Começando pelo conceito mais amplo, é importante lembrar que a missão de Deus é histórica, concreta e envolve o chamado e edificação de um povo. Na Bíblia, a ilustração do corpo de Cristo implica em um corpo visível, concreto e organizado com o propósito de cumprir a missão. Efésios 4:16 faz uma referência clara a esse aspecto: “...o corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor.” Literalmente, existe uma ênfase na união e integridade do corpo, cujas partes permanecem juntas e operam em harmonia, e a maneira pela qual essas estruturas são formadas é essencial para o testemunho da igreja.
A maioria das iniciativas missionárias da história, à medida que cresceram e se desenvolveram, contaram com algum tipo de organização. Como tem sido observado, no segundo estágio de qualquer movimento, após a introdução e o arranque inicial, durante a fase de intenso crescimento, a organização acontece como um processo natural. No caso da igreja adventista, não foi diferente. Logo no seu início Deus, deu instruções para a organização da igreja. Hoje, tipicamente, existe a organização do trabalho evangelístico em todos os níveis da Igreja.
Os líderes da igreja local, portanto, têm o desafio contínuo de manter a organização atualizada, ágil e fiel aos propósitos evangelísticos de Deus. Por um lado, a má organização pode engessar o impulso missionário e o processo de planejamento e organização das atividades. A igreja se torna ainda mais ineficaz quando quase não existe organização. Algumas tendências emergentes, hoje, apontam para essa última opção. É importante buscar meios de manter a organização eficiente, em vez de desorganizar a missão.
A responsabilidade da igreja local inclui descobrir onde e como cada membro pode contribuir nas estratégias de testemunho e evangelismo da igreja de acordo com os dons do Espírito e o contexto no qual está inserida a igreja. Estratégias missionárias inteligentes evitam a duplicação do trabalho, buscam novos focos para a mensagem adventista, utilizam os meios da melhor forma, se contextualizam e estão atentas aos recursos mais eficientes.
C. Peter Wagner ressalta a fidelidade e a função do mordomo como princípios importantes para a organização da missão. De forma simples, ele argumenta: “já que sabemos que a vontade do Mestre é fazer discípulos de todas as nações, temos a responsabilidade, como bons administradores, de usar os recursos que Ele nos deu para realizar essa tarefa” (Perspectivas, p. 567).
“Deve ser realizada na igreja uma obra bem organizada, para que seus membros saibam como comunicar a luz a outros e assim fortalecer a própria fé e aumentar seu conhecimento. Ao repartirem o que de Deus receberam, serão firmados na fé. A igreja que trabalha é igreja viva” (Ellen G. White, Testemunhos Seletos, v. 3, p. 68).
II. Planejamento Missionário
Considerando mais especificamente a organização missionária, é necessário mencionar o planejamento. Robert E. Coleman, no seu livro clássico de evangelismo, O Plano Mestre de Evangelismo, explica que plano é o princípio organizacional pelo qual o objetivo da sua vida é realizado. Talvez não estejamos conscientes sobre o plano o tempo todo, mas nossas ações revelam certo padrão no centro das decisões (p. 107, em inglês).
Muitos estudos têm demonstrado os propósitos do ministério de Jesus e Sua intencionalidade em termos de público-alvo, planejamento geográfico, intensidade no treinamento dos discípulos, oportunismo na Sua revelação como Filho de Deus e progressividade nos passos do plano salvífico. Coleman salienta quatro aspectos amplos:
(1) O objetivo de Jesus era claro. Jesus esteve concentrado em Sua missão de salvar (Lc 2:49). A encarnação era o desdobramento no tempo exato do plano que Deus tinha traçado desde o princípio (Gl 4:4). Ninguém seria excluído do Seu propósito salvífico (Jo 4:42).
(2) Sua meta era a vitória. Sua vida seguiu princípios condizentes com Seus objetivos. Tudo o que fez e disse era parte de um todo que tinha significância e contribuía para o propósito final.
(3) Seu método incluía os recursos humanos. Essa metodologia ficou ainda mais evidente quando Jesus começou a recrutar os discípulos. O passo seguinte foi passar muito tempo com eles como parte do seu “treinamento” para que fossem obedientes e leais.
(4) A estratégia se desenvolveu a partir da inauguração do Seu reino. Em vez de impressionar as multidões, o objetivo principal dEle era reunir pessoas que liderassem esse movimento que alcançaria a todos (Jo 17:20, 21, 23). Através do Espírito Santo, a multiplicação de discípulos faria Seu reino crescer e levaria o anúncio do evangelho a todo o mundo.
Paulo utilizou princípios estratégicos semelhantes: (1) Paulo tinha um plano: aonde ele queria ir e por quê; (2) Paulo trabalhava em equipe. Ele nunca viajava sozinho (como foi enfatizado no comentário da lição 7); (3) Paulo tinha uma estratégia evangelística. Ele sempre começava pelas sinagogas e de lá saía em busca dos gentios; (4) Paulo tinha um programa de acompanhamento. Ele enviava ajudantes designados para as igrejas iniciadas; e (5) Paulo, apesar do seu plano, era flexível para mudar os detalhes de acordo com a orientação do Espírito Santo e de acordo com o contexto cultural.
Apesar dos modelos bíblicos, várias incompreensões a respeito do planejamento são observáveis na prática. Eis os argumentos principais:
1. O planejamento é uma ferramenta secular. No entanto, na Bíblia, não parece haver essa distinção.
2. O planejamento elimina ou reduz a função e a orientação do Espírito Santo. Essa compreensão admite um divórcio entre planejar e seguir a orientação do Espírito Santo, quando, na realidade, a importância de seguir a orientação de Deus não nega a responsabilidade de planejar.
3. A tirania do urgente. Com frequência, atividade é confundida com eficiência, e o urgente com o essencial.
4. Falta de preparo da liderança e leigos da igreja. Quando decidem planejar, seguem um modelo inadequado que rapidamente desanima a todos (Henry Kloop, The Ministry Playbook, p. 28).
Outras críticas também frequentes envolvem a ideia de que o planejamento assume um ambiente predizível, tende a ser feito em isolamento, não pode ser formalizado em um sistema e leva muito tempo.
Ellen G. White destaca a correta relação entre Deus e Seus filhos quanto ao planejamento: “Não nos esqueçamos de que, ao aumentarmos a atividade, seremos bem-sucedidos em fazer a obra que tem de ser realizada e há o perigo de confiar em planos e métodos humanos. Haverá tendência para orar menos, e ter menos fé. Correremos o perigo de perder o senso de nossa dependência de Deus, o único que pode fazer com que nosso trabalho seja bem-sucedido; mas se bem que essa seja a tendência, que ninguém pense que o instrumento humano tenha de fazer menos. Não, ele não tem de fazer menos, porém mais, mediante a aceitação do celeste dom, o Espírito Santo” (Serviço Cristão, p. 98).
III. Liderança missionária
Finalmente, a prática missionária envolve os líderes que estão à frente da organização e dos planejamentos missionários. Muitos se entusiasmam com as estratégias evangelísticas da sua igreja, mas a liderança não faz provisão para que essas pessoas se envolvam. “O objetivo da liderança é formar e capacitar um povo que demonstre e anuncie o propósito e a direção de Deus através de Jesus Cristo” (Missional Church, p. 183).
A Bíblia está repleta de exemplos de líderes que se empenharam para desenvolver respostas estratégicas às circunstâncias em prol do cumprimento da missão. Alvin Reid (Evangelism Handbook) sugere sete princípios para a liderança missionária inspirados no exemplo de Jesus e nos ensinamentos bíblicos:
(1) Lidere com confiança no chamado de Deus. O ambiente do evangelismo é uma luta entre o bem e o mal, que não hesitará em usar todos os tipos de circunstâncias e pessoas para questionar sua capacidade como instrumento de Deus.
(2) Lidere capacitando outros líderes. A evidência dada àqueles que lideram a missão pode se tornar um alimento ao ego e uma barreira ao princípio da capacitação de outros para que muito mais possa ser feito.
(3) Lidere com humildade. No mundo competitivo de hoje, no curto prazo, este princípio parecerá uma fraqueza, mas a longo prazo garantirá a eficiência do líder.
(4) Lidere para a excelência em Cristo. A função dos líderes é prover visão e esperança para o povo de Deus e ajudá-lo a entender o impacto que pode exercer na vida de outros, segundo o plano de Deus para sua vida.
(5) Lidere pela fé. Em meio a todos os tipos de tendências passageiras da sociedade e, às vezes, da igreja, a fé em Deus será o norte orientador que conduzirá o líder.
(6) Lidere pela definição de realidade. A disposição em servir elucidando a realidade segundo a Palavra de Deus autenticará a liderança mais do que as características da sua personalidade.
(7) Lidere pelo seu caráter. Somente esse princípio garantirá sua influência em situações diversas.
IV. Minha liderança
Um estudo, publicado em 2008 pelo Christian Post, indicou que o mau planejamento é um dos responsáveis pela falta de desenvolvimento das igrejas. Somente 29% dos líderes afirmaram ter um plano claro para sua igreja. Quase a metade (44%) afirmou que não entende porque as coisas não dão certo, enquanto 30% afirmaram estar confusos quanto a saber onde investir tempo e esforços. Quarenta por cento dos entrevistados concordaram que a igreja raramente tira tempo para refletir e planejar apropriadamente. Menos de 60% das igrejas revisam regularmente os métodos e resultados dos eventos e programas. Um dos diretores da LifeWay Research apontou que cada igreja deveria utilizar membros com o dom de organizar pessoas e processos. Segundo ele ainda, "a eficácia do ministério da igreja local é anulado pela fraca organização."
Como líder é importante responder estas perguntas: minha liderança tem influenciado positivamente para que as pessoas se envolvam na missão? Elas são testemunhas mais eficientes em função disso?
Ilustração
O grande líder Conde Nikolaus von Zinzendorf (1700-1760) resumiu sua ambição em uma frase: “Tenho uma paixão: é Ele, somente Ele”. Zinzendorf transformou sua paixão em realidade ao renovar o movimento Morávio. Antes mesmo que os movimentos missionários modernos existissem, os morávios estabeleceram igrejas além-mar e chegaram a ter três vezes mais membros lá do que nas igrejas que os enviaram. Um em cada 92 morávios serviu como missionário intercultural. Assim, no século 18, num período de 20 anos, a igreja dos morávios enviou mais missionários para o mundo do que todas as igrejas protestantes em 200 anos! (Oswald Sanders, Spiritual Leadership, p. 14)
“Carecemos hoje de Neemias na igreja - não de homens capazes de pregar e orar apenas, mas de homens cujas orações e sermões sejam animados de firme e sincero propósito. O procedimento seguido por esse patriota hebreu na realização de seus planos devia ser ainda adotado pelos pastores e dirigentes. Havendo eles delineado seus planos, deveriam expô-los perante a igreja de maneira que lhes atraísse o interesse e a cooperação. Fazei que o povo compreenda os planos e tome parte na obra, e hão de se interessar pessoalmente em sua prosperidade. O êxito que acompanhou os esforços de Neemias mostra o que podem realizar a oração, a fé e uma ação sábia e enérgica” (Ellen G. White, Serviço Cristão, p. 177).
Quarta-feira, 23 de Maio de 2012
RESUMO E COMENTÁRIOS DA LIÇÃO 9 – ENCAMINHADOS PARA O MINISTÉRIO/LIBERDADE PARA MINISTRAR
RESUMO E COMENTÁRIOS DA LIÇÃO 9 – ENCAMINHADOS PARA O MINISTÉRIO/LIBERDADE PARA MINISTRAR
VERSO ÁUREO: “E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam o evangelho de paz; dos que trazem alegres novas de boas coisas.” Romanos 10:15
INTRODUÇÃO: Nesta semana vamos descrever a razão e o modo como cada membro de igreja deve ser envolvido na pregação do evangelho de Cristo. Quando se trabalha de forma unida e harmoniosa, sentimos o vínculo do amor de Deus atuando em nós, reafirma a nossa vocação e vinca a responsabilidade de sempre pregar. Não basta os crentes terem a formação para o evangelismo, é necessário que estejam envolvidos em algum projeto missionário.
As ações de formação para o evangelismo tem sido boas, mas muitos se queixam que depois de receberem treinamento não são envolvidas em alguma atividade da sua igreja local.
Quem deve encontrar atividades para os membros de igreja? É a liderança, a começar pelo pastor e anciãos, que devem estar em sintonia com o departamento missionário da igreja. Há lugar para todos aqueles que estão dispostos a pregarem a Palavra do Senhor Deus.
Que iniciativas missionárias podem desenvolver na igreja? Uma excelente maneira de envolver toda a igreja é através dos ministérios da igreja. O ministério da música, por exemplo, pode agendar lugares para o coral ou grupos irem e desenvolverem o evangelismo; em um lar para a terceira idade, em um orfanato, em um lugar público; e com isso angariar amizades e interessados para receberem estudos bíblicos. O ministério da saúde e temperança pode realizar rastreios de saúde, e também angariar pessoas para estudos da Bíblia. O ministério da mulher pode envolver as senhoras para durante o ano encontrar três amigas e oferecer uma bíblia com um guia de estudos bíblicos. E assim outras iniciativas podem ser desenvolvidas com os jovens, diáconos, diaconisas e os demais ministérios da igreja. Tem trabalho para toda gente.
DOMINGO (27 de maio) – RESPONSABILIDADE PARTILHADA – Moisés, por algum tempo, carregou o peso de liderar o povo de Israel quase sozinho. Esse também é um erro que alguns líderes de igreja enfrentam hoje.
Encontramos no texto para hoje a história de Jetro, o sogro de Moisés, que o orientou para que escolhesse líderes e os colocasse perante o povo de Israel. Ver Êxodo 18: 13-26.
Qual era a estratégia de atendimento ao povo que Moisés desenvolvia? “Vendo, pois, o sogro de Moisés tudo o que ele fazia ao povo, disse: Que é isto, que tu fazes ao povo? Por que te assentas só, e todo o povo está em pé diante de ti, desde a manhã até à tarde?” Êxodo 18:14. Imagine um pastor ou ancião ter que fazer todo o trabalho da igreja e ainda sair e dar estudos bíblicos ou realizar classes batismais! Coitado! Portanto quando você for solicitado para alguma atividade interna ou missionária, aceite logo!
Que sábio conselho deu Jetro ao Moisés? “E tu dentre todo o povo procura homens capazes, tementes a Deus, homens de verdade, que odeiem a avareza; e põe-nos sobre eles por maiorais de mil, maiorais de cem, maiorais de cinquenta, e maiorais de dez; para que julguem este povo em todo o tempo; e seja que todo o negócio grave traga a ti, mas todo o negócio pequeno eles o julguem; assim a ti mesmo te aliviarás da carga, e eles a levarão contigo.” Êxodo 18:21e 22. Veja as qualidades que devemos ter ao trabalharmos para Cristo: Capazes, tementes a Deus, homens de verdade, que odeiam a avareza.
Pastores e membros devem partilhar responsabilidades missionárias: “Não é o desígnio do Senhor que se deixe aos pastores a maior parte da obra de semear a semente da verdade. Homens que não são chamados ao ministério, devem ser animados a trabalhar pelo Mestre segundo suas várias aptidões. Centenas de homens e mulheres agora ociosos poderiam fazer uma obra digna de aceitação. Levando a verdade à casa de seus amigos e vizinhos, poderiam fazer uma grande obra para o Mestre” Test. Sel. Vol 3, pág 83, 84.
“Que os pastores e membros leigos saiam para os campos a amadurecer. Encontrarão sua seara onde quer que proclamem as esquecidas verdades bíblicas. Acharão pessoas que aceitem a verdade, e devotem sua vida a ganhar almas para Cristo.” The Signs of the Times, 3/8/1903.ns tem
SEGUNDA-FEIRA (28 de maio) - CORRER RISCOS PELO SUCESSO – A lição de hoje fala sobre o medo do fracasso missionário que alguns têm. Como em todas as áreas, temos que correr riscos. Lembro-me de uma iniciativa missionária que fizemos em Viseu, onde estou há quase 7 anos. Fizemos uma expo-saúde e vários seminários que conduziram a uma série de conferências bíblicas, e depois organizamos uma classe batismal onde poucas pessoas foram batizadas. Mas a igreja criou uma consciência missionária maravilhosa, que já realizou várias outras iniciativas e com excelentes resultados. O sucesso da igreja não pode ser medido de forma imediata, como nas empresas que precisam de lucros financeiros. O aspecto espiritual é diferente. Enquanto há vida há esperança! Enquanto a Porta da Graça esta aberta podemos pregar, e as pessoas, que são sinceras irão aceitar!
Como o seguinte princípio de Cristo pode ser aplicado na escolha de missionários voluntários? “Assim, toda a árvore boa produz bons frutos, e toda a árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos bons.” Mateus 7:17-18.
Em primeiro lugar os dirigentes devem promover a parte espiritual da igreja, como; semana de oração e momentos de reavivamento para que todos tenham a oportunidade de harmonizar a vida de acordo com a Palavra de Deus. Depois, com conhecimento a respeito do potencial e vida espiritual de cada membro, devem fazer uma seleção, convidando apenas os consagrados a Deus e comprometidos com o trabalho. Pois, assim como uma maça "podre" estraga as outras frutas que ficam próximas dela, assim também um membro de igreja “vida torta” poderá estragar o conjunto missionário.
Qual é a sua disponibilidade espiritual? - “Não há limites à utilidade daquele que, pondo de parte o próprio eu, abre margem para a operação do Espírito Santo em seu coração, e vive uma vida inteiramente consagrada a Deus.” Serviço Cristão, 254.
TERÇA-FEIRA (29 de maio de 2012) - ADEQUAR OS OBREIROS À SEARA – Tendo em vista que todos os crentes, independentemente da idade e cultura, podem se ocupar de alguma atividade missionária, cabe a liderança da igreja trabalhar para distribuir as tarefas para cada irmão. Todos podem trabalhar, tendo cargos efetivos ou não. Aqueles que têm cargos são indicados pela comissão de nomeações e empossados pela igreja antes no final de cada ano eclesiástico.
Como os apóstolos adequaram a obra de Deus no seu início? Ver Atos 6:1-8
Em 1876 Ellen White recebeu de Deus uma visão que apresentava um modelo de igreja ideal. Ativa, dinâmica, envolvente, empolgante e, acima de tudo, realizadora da Sua vontade. O tempo passou e a visão ficou guardada.
Num sábado, dia 10 de novembro de 1900, vinte e quatro anos mais tarde, Ellen White foi visitar uma grande congregação na Califórnia e chegando lá, maravilhou-se com a contagiante atividade de todos os irmãos. Era a igreja de São Francisco, uma das duas visões, que agora, brilhava em sua mente como no dia em que havia sido mostrada. Imediatamente a figura de uma colmeia, onde abelhas laboriosas entram e saem de forma agitada, mas organizada, cada uma para sua função, se lhe apresentou: aquela era a igreja que o Senhor Jesus Cristo gostaria que O representasse na Terra e que levasse a cabo a missão de “buscar e salvar”.
Não havia uma só frente de trabalho descuidada. Pessoas de todas as idades e das mais diversas condições, estavam unidas em distintas áreas de atuação, procurando alcançar os ainda não alcançados e levá-los aos pés da cruz.
“Se nos humilhássemos perante Deus, e fôssemos bondosos, corteses, compassivos, piedosos, haveria uma centena de conversões à verdade onde agora há apenas uma”. Beneficência Social, 86.
QUARTA-FEIRA (30 de maio) CRESCIMENTO ESPIRITUAL E O ENVOLVIMENTO NAS ATIVIDADES. O desejo de pregar o evangelho surge a partir do momento que o crente sente gratidão pela salvação que Cristo operou na sua vida. Embora não devamos nos envolver nas atividades missionárias da igreja com o pretexto de vermos melhoras na nossa vida espiritual; mas, o próprio envolvimento acaba por nos proporcionar profundas alegrias espirituais. Uma coisa acaba por levar à outra.
Como os seguintes versos dizem que o fazer a vontade de Deus desenvolve o crescimento espiritual? “Se alguém quiser fazer a vontade dele, pela mesma doutrina conhecerá se ela é de Deus, ou se eu falo de mim mesmo.” João 7:17.
“E o que ceifa recebe galardão, e ajunta fruto para a vida eterna; para que, assim o que semeia como o que ceifa, ambos se regozijem.” João 4:36
Nestes versos Jesus apresenta uma verdade que ajusta todos os que desejam segui-Lo. Há pelo menos dois benefícios em trabalhar para Deus: somos abençoados com um relacionamento mais profundo com Jesus; e emocionalmente somos enriquecidos, pois estamos sempre em contato com as pessoas.
O investimento missionário tem que ser algo contínuo, sem deixarmos espaço para o ócio - “Semeia a tua semente desde a manhã, e não deixes tuas mãos ociosas até a noite, pois não sabes o que acontecerá, se esta ou aquela produzirá, ou se as duas serão igualmente boas”. Eclesiastes 11:6
Acho interessante que essa passagem bíblica que estamos considerando, manda aplicar, investir e repartir, mas diz também que não devemos ficar ociosos, só porque já fizemos algum investimento.
A alegria de pregar - “Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é necessário auxiliar os enfermos, e recordar as palavras do Senhor Jesus, que disse: Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber.” Atos 20:35
Paulo faz o seguinte apelo aos cristãos: “E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos. Por isso, enquanto tivermos oportunidade, façamos o bem a todos, mas principalmente aos da família da fé” Gál. 6:9-10.
QUINTA-FEIRA (31 de maio) – CRIAR HARMONIA MEDIANTE O ENVOLVIMENTO – A lição de hoje mostra o desentendimento que houve entre Paulo e Barnabé por causa de João Marcos, que desistiu de seguir a equipe missionária na 1ª viagem.
Quando estavam prontos para a segunda viagem missionária, Barnabé desejou levar Marcos, o seu sobrinho, mas Paulo não o permitiu.
Veja o texto: “E alguns dias depois, disse Paulo a Barnabé: Tornemos a visitar nossos irmãos por todas as cidades em que já anunciamos a palavra do Senhor, para ver como estão. E Barnabé aconselhava que tomassem consigo a João, chamado Marcos. Mas a Paulo parecia razoável que não tomassem consigo aquele que desde a Panfília se tinha apartado deles e não os acompanhou naquela obra. E tal contenda houve entre eles, que se apartaram um do outro. Barnabé, levando consigo a Marcos, navegou para Chipre. E Paulo, tendo escolhido a Silas, partiu, encomendado pelos irmãos à graça de Deus.” Atos 15:36-40.
Como podemos contornar os problemas sem ferir as pessoas? Veja como Paulo considerou Marcos depois deste episódio: “Só Lucas está comigo. Toma Marcos, e traze-o contigo, porque me é muito útil para o ministério.” II Timóteo 4:11.
Como o envolvimento das pessoas no trabalho de Deus evita desavenças e cria harmonia? Geralmente uma igreja que trabalha não dá trabalho. Em Atos 6 Pedro relata a desavença que houve no corpo ministerial dos discípulos quando Judas Iscariotes enforcou-se, e usaram o método de sortes que escolheu Matias para substituir Judas. O curioso é que na disputa entre Matias e Barsabás Justo; Matias ganhou, porque os onze discípulos votaram nele. Houve harmonia
SEXTA-FEIRA (1º de junho) - “Pela manhã semeia a tua semente, e à tarde não retires a tua mão, porque tu não sabes qual prosperará, se esta, se aquela, ou se ambas serão igualmente boas.” Eclesiastes 11:6.
Como deve esta a nossa vida espiritual para fazermos o trabalho missionário? “Um mau traço de caráter que seja, um só desejo pecaminoso, acariciado persistentemente, acabará neutralizando todo o poder do evangelho. Toda condescendência pecaminosa fortalece a aversão da alma para com Deus. O homem que manifesta uma incredulidade obstinada ou uma estulta indiferença para com a verdade divina, está apenas colhendo aquilo que ele mesmo semeou. Em toda a Bíblia não existe advertência mais terrível contra o brincar com o mal do que as palavras do sábio, de que o pecador "com as cordas do seu pecado, será detido". Prov. 5:22. Cristo está pronto para libertar-nos do pecado, mas não força a vontade; e se pela persistente transgressão a própria vontade estiver inteiramente inclinada ao mal, e não desejarmos ser libertados, não querendo aceitar a Sua graça, que mais poderá Ele fazer? Nós mesmos nos destruímos, por nossa deliberada rejeição de Seu amor. "Eis aqui agora o tempo aceitável, eis aqui agora o dia da salvação." II Cor. 6:2.” Caminho a Cristo, 35
Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 09 – 2º Trimestre 2012
Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 09 – 2º Trimestre 2012
(26 de maio a 2 de junho)
Comentário: Gilberto G. Theiss[1]
SÁBADO, 26 DE MAIO
Liberdade para ministrar
“Como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam a paz, dos que anunciam coisas boas!” (Rm 10:15)
Pensamento Chave: Treinamento sem ação não é treinamento.
Certa vez, uma associação, por intermédio do diretor de evangelismo, realizou para todo o campo um treinamento para evangelistas voluntários. Muitas pessoas aceitaram o convite e não gastaram um centavo para serem treinadas, pois o campo pagou todas as despesas de alojamento, alimentação e materiais. Depois, observei que, alguns dos que realmente se tornaram evangelistas voluntários, não estavam entre àqueles que estiveram no treinamento, mas, pasmem, os que se tornaram evangelistas estavam dentre os que não foram no treinamento. Temos que ser mais organizados nesta questão, pois, às vezes a igreja investe valores altíssimos para treinar pessoas que jamais farão uso do que aprendeu. Infelizmente há sempre àqueles que desejam ir aos treinamentos por causa simplesmente do passeio, ou da comida gratuita, ou dos brindes. Portanto, atente para este fato, quando escolher as pessoas, que sejam àquelas que realmente procurarão fazer uso do que aprenderam. Creio que, pelos frutos teremos uma impressão melhor de quem é quem. Sei que há pessoas em nosso meio com capacidades fantásticas que, precisam de um bom treinamento. No entanto, precisamos, antes de investir especificamente nestas pessoas, procurar ter o máximo de confiança possível nos resultados que elas poderão oferecer. Creio que toda a igreja deva receber treinamento, mas, cada um na sua área específica para que os recursos sejam aplicados de maneira correta e certeira. Assim, não perderemos dinheiro e o que é mais precioso, o tempo e as pessoas certas.
DOMINGO, 27 de MAIO
Responsabilidade compartilhada
(Êx 18:13-26)
Compartilhar as responsabilidades significa confiar a outros as mais importantes tarefas. Alguns, visando o sucesso das atividades, ficam receosos de confiar determinadas responsabilidades a outrem. Infelizmente, por mais responsáveis que estes sejam, não delegar, ou compartilhar as atividades do ministério, não estarão cumprindo os desígnios de Deus. No fundo, o que motiva alguns não compartilharem o trabalho, se deve ao fato de não confiarem nos outros. Em outras palavras, o senso, mesmo que imperceptível, de superioridade de capacidade é o que os impedem de dividirem as atividades. Ninguém é perfeito o suficiente para acreditar que somente em suas mãos as coisas funcionarão bem. O plano de Deus é que, todos sejam comissionados a desempenhar alguma responsabilidade na obra. Seja um leigo ou não, todos possuem um lugar especial no ministério. Deus deseja capacitar homens e mulheres que sejam desprovidos do próprio eu, e que sejam capazes de exercer o ministério com paixão e dedicação. Os erros poderão surgir, mas, movidos pelo Espírito Santo, serão capazes de realizar grandes feitos. Mas, como líderes, é necessário fazer a nossa parte: ensinar, treinar, motivar e especialmente confiar. Dar oportunidades aos outros compartilhando as responsabilidades é nosso dever e missão. Se os outros não sabem fazer, é nosso ministério também ensiná-los. Lembre-se que, os grandes líderes, são aqueles que são capazes de formar novos líderes, mas, para isto, é necessário confiar e compartilhar as tarefas.
SEGUNDA, 28 DE MAIO
Arriscar para alcançar o sucesso
(Mt 7:17-18)
Na vida como um todo é assim – cheia de riscos, sucessos e fracassos. Quando nos casamos, qual a garantia que recebemos que a pessoa amada jamais nos deixará? Quando os filhos vieram ao mundo, qual a garantia que os pais tiveram de que eles jamais os frustrarão? Dividir a vida, as estratégias e os planos são decisões que fazemos desde cedo na vida e não estamos imunes às frustrações que este tipo de aliança ou decisão poderá nos acarretar. No entanto, esta explanação serve apenas para exemplificar que, na obra de Deus, os riscos de fracasso em manter uma parceria existem, mesmo que trabalhemos sozinhos. No entanto, os riscos de alcançar o sucesso também são reais. O mais importante nesta estratégia, com riscos de sucesso ou fracasso, é que vem de Deus. Fomos chamados por Deus para desempenhar um ministério altruísta e não egoísta. Não somos chamados para trabalhar ilhados, mas para sermos unidos e confiantes em propósitos. O Espirito Santo capacitará e abençoará os esforços humanos, especialmente se eles estiverem unidos no mesmo objetivo. A confiança e consequentemente a divisão de tarefas redundará em resultados maiores e mais eficazes. Ninguém terá sucesso no casamento se não se arriscarem a casar-se. Desta mesma forma, ninguém terá sucesso no ministério ou na liderança de uma igreja se não se arriscarem a confiar responsabilidades aos demais.
TERÇA, 29 DE MAIO
Adaptando trabalhadores para a colheita
(At 6:1-8)
Embora tenhamos que dividir as responsabilidades, confiar, treinar e motivar a igreja para o ministério devemos tomar muito cuidado quanto às pessoas que escolhemos para estar à frente. Moisés, quando aconselhado por Jetro, não escolheu qualquer pessoa para representar a liderança de Israel. Ele foi minucioso na escolha e levou em consideração principios relevantes para o tipo de responsabilidade. No Novo Testamento não vemos atitudes diferentes, pois, quando os diáconos foram escolhidos, observamos o mesmo rigor nas escolhas. Os que foram escolhidos foram indicados criteriosamente. Assim, nos dias atuais, não devemos tratar a obra do Senhor com leviandade. Deve-se escolher pessoas para representar a igreja, o ministério e as funções evangelísticas, àqueles que, através de seu testemunho pessoal, sejam capazes de apresentar a essência do poder de Deus. Vidas que não estejam de acordo com a mensagem, despertará mais desconfiança e incredulidade do que confiança e fé na mensagem de Deus. Embora exista uma forte tendência em nossos dias de tratar as coisas espirituais de maneira tão liberal, temos que ter em mente que, a obra não deve ser manchada por testemunhos equivocados e estranhos à verdade. Escolher pessoas com testemunho adequado pode ser falsamente representado como arrogância por parte de quem os escolheu, mas, independente de serem assim, tais escolhas são feitas com autorização da palavra de Deus.
QUARTA, 30 DE MAIO
Crescimento espiritual por meio do trabalho
(Jo 7:17; 4:36)
Todos os cristãos estão a caminho do crescimento ou morte espiritual. Os que, rotineiramente, perdem seu tempo com novelas, filmes, vídeo games, ou outra coisa destituída de espiritualidade, estão confinando-se à morte espiritual. Por outro lado, aqueles que estão investindo em tempo de qualidade com Deus, estes estão em contínuo crescimento espiritual. Mas, além de separar tempo de qualidade com Deus, àqueles que estão, de alguma forma, envolvidos na pregação do evangelho, estão em um ritmo de crescimento espiritual inigualável. Ser um missionário potencializa o crescimento em Cristo ou santificação. Ler a Bíblia, orar e testificar são os mais importantes ingredientes para uma vida de acréscimo espiritual. Nada pode se igualar a estes três ingredientes. Não é fácil explicar como isto acontece, o que sabemos é que de fato acontece. Envolver-se no trabalho de Deus trás benefícios sem limites. Somos mais abençoados do que as pessoas que estão recebendo a luz da palavra de Deus. Somos mais agraciados pelo toque do Espírito do que as pessoas que estão aprendendo conosco. Uma dica imprescindível para quem está morrendo espiritualmente é, seja um missionário ou um evangelista, e a glicose espiritual voltará a circular em suas veias novamente. Não há outra forma de estar bem espiritualmente. Qualquer pessoa que não esteja, de alguma forma envolvida na obra, não será capaz de sobreviver muito tempo na vida cristã. Esta é uma realidade indiscutível.
QUINTA E SEXTA 31 DE MAIO
Harmonizando através do envolvimento
(At 1:15-26; 15:36-40)
Interessante notar que, uma igreja que não trabalha dá trabalho. Esta regra e realidade parecem perseguir-nos constantemente. Se sua igreja parece lhe dar muitos trabalhos e dores de cabeça, então, chegou a hora de fazê-la trabalhar intensamente. Envolver a todos é uma boa solução para resolver os demais problemas na igreja. A grande verdade é que, enquanto as mãos estiverem ocupadas, menor será a possibilidade de levantarem os dedos para acusar alguém. Outra frase interessante é, “mente vazia, oficina do diabo”, pois, se os membros não tiverem absolutamente nada para fazer, suas mentes ficarão a mercê do diabo para semear pensamentos de discórdia. Portanto, o segredo é, faça o povo trabalhar e eles lhe darão poucos problemas. O envolvimento oferta união e pensamento uniforme. Mesmo sobre tais condições, é possível que haja alguns contratempos, mas significativamente será bem menor. Montar uma estratégia evangelística/missionária e ajudar a igreja comprar a ideia fará que todos girem em torno deste mesmo propósito. Desta maneira, com a mente envolvida no mesmo objetivo, fará com que as diferenças sejam seus aliados. O envolvimento é a senha para o crescimento da igreja em todos os sentidos.
[1] Gilberto G. Theiss, nascido no estado do Paraná, é membro da Igreja adventista do Sétimo dia desde 1996. Crê integralmente nas 28 doutrinas Adventista como constam no livro “Nisto Cremos” e “tratado teológico adventista” lançado pela “Casa Publicadora Brasileira”. Foi ancião por 3 anos na Igreja Adventista do Sétimo dia da cidade Nova Rezende/MG e por 6 anos na Igreja Central de Guaxupé/MG. Foi Obreiro bíblico e colportor efetivo por um ano na mesma cidade e hoje, além de ser coordenador do curso básico de reforço teológico para líderes de igreja pelo site www.altoclamor.com, está Bacharelando no Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia e cursou extensão em arqueologia do oriente próximo pela UEPB. Gilberto G. Theiss é autor de vários livros e artigos e é inteiramente submisso e fiel tanto à mensagem bíblico-adventista quanto à seus superiores no movimento Adventista como pede hebreus 13:17. Toda a mensagem falada ou escrita por este autor é filtrada plenamente pelo que rege a doutrina bíblica-adventista do sétimo dia. No entanto Gilberto Theiss faz questão de ressaltar que, toda esta biografia acima é destituída de valor, e que o único currículo valioso que possui é o de Deus, sua família, irmãos e amigos fazerem parte de sua vida. O resto tem o seu devido lugar, porém fora e bem distante do pódio. Contato: gilbertotheiss@yahoo.com.br
Lições da Escola Sabatina Mundial – Estudos do Segundo Trimestre de 2012
Tema geral do trimestre: Evangelismo e Testemunho
Estudo nº 09 – Liberdade para ministrar
Semana de 26 de maio a 02 de junho
Comentário auxiliar elaborado por Sikberto Renaldo Marks, professor titular no curso de Administração de Empresas da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ (Ijuí - RS)
Este comentário é meramente complementar ao estudo da lição original
www.cristovoltara.com.br - marks@unijui.edu.br - Fone/fax: (55) 3332.4868
Ijuí – Rio Grande do Sul, Brasil
Verso para memorizar: “Como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam a paz, dos que anunciam coisas boas!” (Rom. 10:15, RC).
Introdução de sábado à tarde
Fiquei impressionado com o texto da lição de hoje. Por favor, leia com reflexão. Nunca li algo assim desde que aprendi a ler. Nunca ouvi alguém falar dessa maneira. Mudanças estão acontecendo. De fato, a igreja está recebendo ideias novas, revolucionárias, e bem alinhadas com o pensamento de CRISTO. Ao lado delas, temos também entre nós outras ideias, que não se originam do Mestre, e que tentam obstruir a ação da igreja. Mas isso iria acontecer de qualquer forma, já sabemos.
O que esse texto de hoje apresenta, em resumo, é o seguinte: a liderança da igreja, a partir de seu pastor, deve ir em busca dos membros, individualmente, e, conhecendo algo a respeito de seus dons, conhecendo suas qualificações, deve oferecer a oportunidade para essa pessoa participar das ações missionárias. O ponto central é ir falar pessoalmente com a pessoa. Outro ponto importante é respeitar os dons dela, e o que gosta de fazer. Cada membro deve ser envolvido, e é assim que se faz, falando individualmente com cada um. Pois bem, isso requer planejamento e dedicação de tempo para dar certo.
Mas como vem se realizando as convocações para a ação missionária? Da forma mais ineficaz que se possa imaginar. Primeiro é feito um sermão apelativo. E depois, é feito o apelo, para que todos se engajem. E ao final, ou os membros são chamados a levantar as mãos, ou a ficarem em pé, ou a irem à frente. Então com uma oração a convocação é concluída. O curioso é que todos levantam as mãos, etc., mas, os que participam são sempre os mesmos.
Como se explica isso? Virou rotina! A tal convocação não é sequer levada a sério pelo líder que a faz! Na verdade é uma espécie de arapuca (armadilha). Ou seja, as pessoas são levadas a levantarem suas mãos, ou darem algum sinal de que agora sim, irão se envolver. Mas não se envolvem. É que, constrangidas, não querendo ficar imóveis em seus assentos, e ainda correndo o risco do pregador se irritar com isso (já vi isso acontecer), e chamar a atenção dos que não se manifestaram, fazendo-as passar vergonha, então fazem de conta que irão participar. Afinal, esses apelos são rotina, sempre foram feitos dessa maneira, e quase nunca foram levados a sério.
Então todos saem contentes. O pregador porque teve seu momento de glória, fez todos se emocionarem e participarem naquele momento. E os membros, porque, por alguns instantes, se acharam envolvidos e tornaram o pregador feliz. Poucas horas depois, tudo já retornou à velha rotina de sempre, e nada muda. É que o apelo foi massificado. E parece que ninguém tem a capacidade de perceber que assim nada se consegue. É fogo de palha.
O que a lição está dando a entender com clareza? Cada membro deve ser envolvido pessoalmente. Cada um deve ter um lugar de atuação na igreja, sob medida, para ele. E isso não se faz massificando apelos, que resultam em atitudes medíocres, onde todos, a partir do pregador, fazem de conta que são servos de DEUS. Essa é uma boa maneira de fazer muitas pessoas a irem para o inferno, pois as pessoas foram levadas, pela emoção e vergonha, a se manifestarem para algo que já sabem não irão fazer. Todos ali estão enganando e sendo enganados. E na pior situação está o pregador, que deveria ter visitado um a um, e não ter feito como fez: padronizar todos e fazer um apelo genérico, sem considerar que cada pessoa é uma individualidade.
Nessa semana, por certo, aprenderemos coisas impressionantes.
1. Primeiro dia: Responsabilidade compartilhada
O compartilhamento de responsabilidade é um assunto delicado. Diríamos assim, jamais se delega responsabilidade, mas se compartilha. Ou seja, quem está delegando, continua responsável pela atividade, ele não se isenta. Então o que ele delega? Ele passa a outro atividades que ele deveria fazer, ou que de alguma maneira faziam parte de suas funções. Esse outro torna-se responsável pela execução dessas atividades, e de fazer isso com zelo e esmero. E quem delegou, continua sendo responsável pelo êxito do que delegou, portanto, precisa continuar, periodicamente, a fazer contato com a pessoa que assumiu parte de seu trabalho. Assim as coisas funcionam. É que quem delega não se desliga do que delegou. Precisa, portanto, haver zelo por parte de quem delegou e por parte de quem assumiu novas funções que não possuía antes.
Na igreja é ainda mais importante o compartilhamento, e não a simples delegação de atividades. Como disse, não se delega responsabilidade, e sim, atividade. A responsabilidade permanece com quem delegou, e surge nova responsabilidade em quem recebeu a delegação de incumbências.
Nos dias de JESUS, quando Ele enviou os 70 para uma missão, ao retornarem, eles Lhe fizeram um relatório. Isso quer dizer que JESUS continuava responsável por aquela atividade que Ele havia delegado a esses homens. A partir do que ouviu no relatório, Ele os aconselhou e motivou, bem como lhes prestou novos ensinamentos. Assim deve ser em nossos dias. Devemos dividir o que temos por fazer, e nos unir na responsabilidade do que se está fazendo.
2. Segunda: Arriscar para alcançar sucesso
A obra é de DEUS e JESUS CRISTO está dirigindo. Como auxiliares, há homens, pastores e membros não teólogos. A lição de hoje toca num assunto que é forte tabu em nossa igreja. Há uma divisão, falta de unidade, entre o ministério profissional, formado em teologia, e os chamados membros leigos. Se esses membros leigos aderirem a programas oficiais na igreja, e se em nada propuserem inovações, esses serão reconhecidos como verdadeiros auxiliares, dignos de confiança. Contudo, se os leigos criarem alguma forma diferente de atuação, principalmente se for inovadora, não serão assim tão facilmente reconhecidos e muito menos apoiados.
Aliás, começa pela distinção entre os formados em teologia e leigos. Ora, leigos somos todos em quase tudo, e somos profissionais em apenas um assunto. Portanto, necessitamos uns dos outros, e deveríamos abolir essa palavra “leigo”, que dá a nítida conotação de alguém que não tem formação no assunto, portanto, não é digno de confiança no que diz a respeito daquele assunto. Como é que essa palavra ainda vigora em nosso meio? É uma palavra desestimulante, pois, afinal de contas, chamar alguém de leigo é desqualificá-lo. Felizmente há alguns teólogos que entendem esse ponto. Todos nós sabemos algo importante que podemos ensinar a outros. Enfim, se nós, os “leigos” resolvêssemos chamar a atenção de muitos de nossos teólogos sobre as “heresias” que dizem ao se pronunciarem sobre outras áreas do conhecimento, como seria? Já tive que me conter no assento quando teólogos resolveram ensinar sobre administração, utilizando algum autor superado há décadas, mas apresentado como a última novidade. Devemos todos aprender sobre humildade.
Porque escrevi isso acima? Porque isso reflete na ação de evangelização. Quanto mais nossos teólogos se doutoram, mais muitos deles parece que se tornam preconceituosos para com os leigos. E passam a vigiar-lhes as palavras e os escritos. E fazem apartes negativos pelas igrejas com respeito a tais leigos. E em alguns casos, proíbem-nos de pregar. Em relação a um desses leigos, dois pastores distritais me consultaram sobre uma dessas proibições. Esses pastores receberam ordem superior de não permitir a palavra ao tal leigo, mas eles desconheciam a razão. Consultaram ao seu presidente, pois é vital que tenha a informação, mas nem este sabia. No entanto, por precaução, dada a decisão de outra União, também decidiu proibir. No contexto da lição de hoje, que respeito como dígna de estudo mais aprofundado que resulte em uma mudança inteligente da parte de alguns líderes superiores, a igreja precisa caminhar para uma conduta de unidade nesse aspecto. Afinal, não são só os leigos que erram, teólogos também cometem erros. E que só se tomem providências nos casos flagrantes. Estamos sendo muitos precavidos onde muitas vezes não existe risco algum.
Precisamos cair na realidade. Tem sido a preocupação para esses escritos. Ser realista, percebi, sempre foi o comportamento dos profetas. E quem estuda sobre profecia, tende a ser assim também. Leia os escritos de Ellen G. White, a profetiza pós Bíblia. Não faz rodeios, vai direto ao assunto, e sem acrescentar nem tirar.
Esse é um assunto importante para orarmos e para tomarmos decisões, e deixarmos de ser facciosos. Por falar em Ellen G. White, o que ela tem a dizer sobre isso? “Tirem os cristãos de meio deles as dissensões, e entreguem-se a si mesmos a ‘DEUS’ para a salvação dos perdidos. Peçam a bênção com fé, e ela há de vir.” (DTN, 616). “Irmão achar-se-á ligado a irmão, pelos laços áureos do amor de Cristo. O Espírito de Deus, unicamente, é que pode efetuar esta unidade. (...) A Ele unidos, achar-se-ão também unidos entre si mesmos, na mais santa fé. Quando buscarmos esta unidade com o empenho que Deus deseja empreguemos, ela nos virá” (Testemunhos Seletos, vol. 3, p. 246 e 247). “Toda diferença deve ser posta de lado, e a unidade e terno amor de uns para com os outros permear o todo. Então nossas orações poderão subir juntas...” (História da Redenção, 17). (Obs.: grifos foram acrescentados).
3. Terça: Adaptando trabalhadores para a colheita
A nossa lição faz uma abordagem muito sábia com relação a situação de hoje. Acontece o seguinte: uma pessoa está interessada em tomar a decisão de entrega a DEUS. Digamos assim, ela está propensa a essa decisão, mas ainda não a tomou. Ou seja, ainda tem alguma dúvida.
Uma pessoa assim precisa estudar mais. Precisa entender que sua decisão resultará em mudanças profundas em sua vida. Vai ter que deixar seus costumes anteriores, suas ligações sociais se modificarão, os seus relacionamentos também. Além disso, vai mudar seus hábitos alimentares, seus programas na televisão, as leituras serão modificadas, e até o lazer. E muitas outras coisas mudarão em sua vida. Será uma vida melhor, mas só saber que será melhor é pouco. Para quem gosta de uma cerveja, por exemplo, em meio a muitos amigos que também gostam, é complicado pensar que não se encontrará mais com esses amigos para noite a dentro, onde dão muitas risadas, se divertem e esquecem os problemas.
Enfim, na vida de uma pessoa que se converte, ocorrem tantas mudanças que pode tornar-se traumática. Só saber e ter certeza de que estará no caminho da vida eterna não é suficiente. O presente atrai fortemente, e o futuro pode parecer muito distante.
Portanto, quem irá tratar com uma pessoa numa situação assim, principalmente se for da alta sociedade, precisa ser escolhido a dedo, com critério. É uma questão de comunicação. Alguém que está no vale da decisão encontra-se em situação delicada, de vida ou morte eterna. Um pequeno erro de testemunho pode fazer a pessoa retroceder para sempre. Portanto, não serve apenas uma pessoa de bom testemunho, tem que ser um interlocutor, ou seja, alguém que mereça confiança de diálogo por parte do interessado. A escolha de quem tratará com a pessoa interessada deve ser criteriosa.
Damos um exemplo. Imagine que essa pessoa seja um engenheiro. Quem vai estudar com ele não precisa ser engenheiro, embora fosse bom, mas deve ser alguém que entenda a sua situação profissional, familiar e social. E seja capaz de formular, junto com ele uma nova vida, e não apenas convencer o engenheiro do caminho da verdade.
4. Quarta: Crescimento espiritual por meio do trabalho
Há uma certa hierarquia de níveis de eficiência na aprendizagem. A maneira menos eficaz de se aprender é ouvir passivamente. Mas, por outro lado, é a maneira de se contatar com uma grande diversidade de assuntos. Por exemplo, se ouvimos palestras de pessoas diferentes, teremos diversidade de fontes. E se os pregadores pesquisam, teremos profundidade de conhecimento. Mas se apenas ouvirmos, em pouco tempo só restará pouca coisa em nossa mente para ser lembrado, às vezes nada. É bom lembrar que a eficácia do ouvir depende muito do estilo de oratória do palestrante e da disposição emocional de quem ouve.
Dá para melhorar a eficácia da aprendizagem do que se ouve. Pode-se, na hora da palestra, fazer anotações. Depois, pode-se revisar o assunto, buscar mais informação sobre ele, trocar ideias com outras pessoas. Pode-se preparar matéria para guardar a fim de poder retornar ao tema, e até para utilizar oportunamente, e ensinar outros.
Ler é uma maneira mais eficaz de se aprender que ouvir. Mas mesmo assim, temos que fugir da leitura superficial, que por vezes pode ser menos eficiente que ouvir. Para ler bem, deve-se fazê-lo com atenção, reflexão, lendo por partes e parando para meditar sobre o que se leu. Fazer esquemas de leitura aprofunda a captação, assim como sublinhar trechos e fazer anotações no texto (só se for em seu livro). Preparar matéria e escrever sobre o que se leu aprofunda ainda mais. Ler outros textos, de outros autores sobre o mesmo assunto produz o mesmo efeito.
Mais eficaz que as duas formas anteriores (escutar e ler) é escrever. Mas para se escrever primeiro se deve aprender a escutar bem e ler bem. Escrever requer grande esforço mental para organizar o texto de modo que faça sentido, para que outra pessoa entenda o que queremos transmitir. Escrever é a arte de transformar conhecimento (o que temos na mente) em informação (o que foi escrito) para que algum leitor o transforme outra vez em conhecimento (isto é, que entenda).
Para enriquecer o entendimento, aprofundar o conhecimento e fixá-lo mais, um método excelente é debater, trocar ideias em grupo. Veja bem, não se trata de quem tem razão, mas de deter-se sobre algum assunto para entendê-lo melhor.
A maneira mais eficiente para se aprender é aplicando conhecimento, ou seja, realizando algum trabalho com o que se sabe. Portanto, para se aplicar, primeiro deve-se ter aprendido de alguma forma, ouvindo, lendo ou escrevendo. Por exemplo, ensinar é uma maneira de aprender, reter e de aprofundar o que já se sabe. Mas para isso, precisa saber. E sempre que iremos ensinar, fazemos revisão do conhecimento, e organizamos para que outro entenda.
No entanto, existe uma maneira ainda mais profunda e eficaz para se aprender. É enfrentar e solver problemas. Quanto mais complexo algum problema, se nos empenharmos pela compreensão da situação e depois pela solução, aprenderemos com profundidade, e dificilmente esqueceremos. Isso requer grande esforço mental e aplicação de conhecimento bem como busca de mais conhecimento, troca de ideias, geração de alternativas, tomada de decisões, etc.
Essas são algumas das possibilidades, dentre muitas mais, de se aprender com eficácia. Mas devemos acrescentar um ingrediente para turbinar todas elas: se qualquer um desses métodos for utilizado com oração, ele se tornará superior, mais eficaz. Se o fizermos com humildade, seremos transformados, pois o ESPÍRITO SANTO utilizará o conhecimento adquirido para essa finalidade. “Os anjos de Deus, serafins e querubins, potestades encarregadas de cooperar com as forças humanas, veem, com admiração e alegria, que homens decaídos, que eram filhos da ira, estejam por meio do ensino de Cristo formando caráter segundo a semelhança divina, para serem filhos e filhas de Deus, e desempenharem um papel importante nas ocupações e prazeres do Céu.” (A Igreja Remanescente, 14)
5. Quinta: Harmonizando por meio do envolvimento
É uma lei da vida, quando estamos preocupados em fazer alguma coisa, como que automaticamente nos unimos para fazê-la. Nossos interesses se voltam para a realização, e deixam de focar aquilo que traz problemas.
Se é assim com qualquer tipo de atividade, mais ainda isso é verdade no envolvimento em ações pela salvação de pessoas. Vamos ilustrar melhor. Suponha que uma família esteja viajando em seu automóvel. Esta família está com problemas de relacionamento, e estão todos quietos, zangados uns com os outros. Repentinamente deparam-se com um acidente recém ocorrido. Eles param o carro e começam a tomar providências para socorrer os acidentados. Sinalizam a estrada, chamam por socorristas profissionais, falam com os acidentados para manter a vitalidade, e fazem o que for necessário para salvar a vida deles. Trata-se de seres humanos, e nenhuma pessoa normal se deleita que alguém morra. Nesses momentos eles esquecem suas desavenças, e se unem pela vida de seus semelhantes. E ficam fazendo de tudo para que o médico venha logo. Esquecem as desavenças e unem-se pelo semelhante.
Sabe-se de um caso de vizinhos que não se davam bem, mas quando ocorreu uma tragédia na cidade, por causa do excesso de chuva, eles se uniram para se protegerem melhor, e também para socorrer outros. E após passar o problema, continuaram amigos. Descobriram que é bem melhor uma vida de amizade do que de brigas.
Na ação missionária é o mesmo. As pessoas, se preocupadas com a vida espiritual de seus semelhantes, esquecem das pequenas desavenças, ou desinteligências como diz Ellen G. White, e se unem pela vida. A lição foi muito sábia em colocar esse aspecto bem peculiar da vida dos seres humanos. A lição chama esse efeito de “influência circular”, mas também tem o nome de “círculo virtuoso”, em lugar do “círculo vicioso”.
Mesmo assim, no empenho por fazer alguma coisa em conjunto podem surgir conflitos. São os chamados conflitos bem intencionados. Decorre de pontos de vista diferentes sobre como fazer algum trabalho. E às vezes não há entendimento. Foi o caso de Paulo com Barnabé, a respeito de levarem João Marcos junto numa viagem. João Marcos era parente de Barnabé, ainda pouco experiente, por ser mais novo. Numa viagem anterior ele deixara Paulo voltando repentinamente. Por isso Paulo não queria levá-lo, mas Barnabé queria. Por esse motivo tiveram tremendo desentendimento, e chegaram a se separar, indo Paulo com Silas e Barnabé com João Marcos, cada um para um lado. Como todos eles eram pessoas bem intencionadas, de algo que não deveria ter acontecido, DEUS fez resultar em vantagem para o evangelho. Mas quando ocorrem conflitos mal intencionados esse efeito benéfico não acontece, pois aí DEUS não pode atuar. Ele estaria incentivando justamente os mal intencionados.
Portanto, a lição moral de hoje é: trabalhemos juntos pela vida eterna das pessoas, e de alguma maneira obteremos maior harmonia.
6. Aplicação do estudo – Sexta-feira, dia da preparação para o santo sábado:
A lição hoje trata de planejamento. Ficou indefinido o propósito desse roteiro de elaboração de planos, mas parece tratar-se de algo à parte da programação oficial da igreja. É de se repetir que iniciativas particulares devem ser tomadas. Aliás, no final da pregação do evangelho a esse mundo, será dessa maneira a conclusão da proclamação do evangelho.
Daremos aqui um roteiro lógico e simplificado de planejamento. Atenção, planejamento é a atividade de elaboração de planos. Apresentamos em forma de passo a passo.
a) Definição de uma equipe de planejamento e de seu líder. Essa equipe deve coordenar as atividades, nunca esquecendo de envolver mais pessoas, preferencialmente, de alguma forma, todas.
b) Diagnóstico: É o início do planejamento, fase em que buscamos conhecer a situação, para poder planejar. Por exemplo, se iremos fazer um evangelismo num certo bairro, iremos lá fazer um levantamento de informações. Que igrejas já estão lá? São ativas? Quais os principais problemas da população? Em que são carentes? Quem são os líderes que influenciam? E mais outras coisas conforme a situação.
c) Elaboração de um esboço de plano. É a primeira versão, geralmente sujeita a revisões radicais. Essa deve ser bem debatida, para ser melhorada. Essa é uma boa hora de envolver todas as pessoas, mas cuidado com os pessimistas e com aqueles que sempre acham que está tudo errado. Mas se alguém que participa na igreja disser alguma coisa negativa, esse é bom ouvir atentamente, e pedir sua opinião.
d) Também envolver a organização, por apoio e conselhos, como pastores, departamentais, e líderes de campo. Eles geralmente possuem visão ampla por estarem envolvidos em situações e problemas mais amplos que a igreja local.
e) Então partir para a elaboração do plano definitivo, com os detalhamentos necessários, adequados ao diagnóstico, que componham a estratégia de ação, com objetivos e suas metas; estratégia de convites e atração dos cidadãos (isso é muito importante); atrativos especiais; palestrante; músicos; cronograma; local; dias e horários; recepção, etc., muitas coisas mais. O detalhamento deve ser bem definido, com os respectivos responsáveis.
f) A estratégia de atração de pessoas deve merecer atenção especial, mas também, de mantê-los assistindo. Aqui devemos ser criativos, e também é aqui que devemos evolver o máximo de pessoas capazes de dar ideias e de auxiliar depois na execução.
g) Sempre é bom saber que outras igrejas atraem por meio de milagres e sinais misteriosos, barulho e promessas. Isso atrai o povo. Nós não apelamos para esses recursos. O caminho da salvação é estreito, portanto, sem o poder do ESPÍRITO SANTO, praticamente nem adianta planejar e executar.
h) Por fim, vem a execução do plano, fruto do planejamento. Essa é a fase em que devemos procurar envolver todas as pessoas, os líderes devem ter pensado em maneiras para que cada um faça algo, mesmo que seja estar lá e sorrir para os visitantes, e formar um ambiente receptivo. Pessoas em situação especial, que tenham dificuldades, são as que podem fazer a parte mais importante: orar, especialmente durante a programação. Disso geralmente ninguém se lembra, nem essas pessoas.
i) Paralelamente com a execução, já vem também a avaliação. Ela não deve ser feita só no final, mas também desde o próprio planejamento e principalmente durante a execução. A avaliação é importante para se aperfeiçoar o que não está indo muito bem, e também para aperfeiçoar as próximas edições.
Esse é um esquema simplificado. Ele pode ser adaptado a qualquer ocasião, portanto, deve ser complementado conforma a situação.
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escrito entre 25/04 e 1º/05/2011
revisado em 02/05/2011
corrigido por Jair Bezerra
Declaração do professor Sikberto R. Marks
O Prof. Sikberto Renaldo Marks orienta-se pelos princípios denominacionais da Igreja Adventista do Sétimo Dia e suas instituições oficiais, crê na condução por parte de CRISTO como o comandante superior da igreja e de Seus servos aqui na Terra. Discorda de todas as publicações, pela internet ou por outros meios, que denigrem a imagem da igreja da Bíblia e em nada contribuem para que pessoas sejam estimuladas ao caminho da salvação. O professor ratifica a sua fé na integralidade da Bíblia como a Palavra de DEUS, e no Espírito de Profecia como um conjunto de orientações seguras à compreensão da vontade de DEUS apresentada por elas. E aceita também a superioridade da Bíblia como a verdade de DEUS e texto acima de todos os demais escritos sobre assuntos religiosos. Entende que há servos sinceros e fiéis de DEUS em todas as igrejas que no final dos tempos se reunirão em um só povo e serão salvos por JESUS em Sua segunda vinda a este mundo.
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